Pagers recém-adquiridos, mensagem falsa para enganar e o "bip" antes da explosão: as particularidades da ação secreta contra o Hezbollah
- Notícias no Ponto!
- 18 de set. de 2024
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A explosão de pagers do Hezbollah no Líbano resultou em 12 mortes e mais de 2.700 feridos. Israel foi acusado de ter instalado os explosivos.
Doze pessoas morreram e 2.750 ficaram feridas após pagers de membros do Hezbollah explodirem em uma operação coordenada na terça-feira (17). Os dispositivos, importados da Gold Apollo, com sede em Taiwan, emitiram um alerta que simulava uma mensagem real antes da explosão.
A Gold Apollo, por sua vez, declarou que os pagers foram fabricados por uma empresa em Budapeste — a BAC Consulting KFT, localizada na capital húngara. O jornal "The New York Times" revelou que as autoridades receberam informações sugerindo que Israel havia implantado explosivos em um lote de pagers encomendado pelo Hezbollah.
De acordo com a reportagem, uma carga explosiva de menos de 50 gramas foi colocada perto da bateria, conectada a um interruptor que permitia a detonação remota. Por volta das 15h30 (horário local), os dispositivos receberam uma mensagem que parecia vir da liderança do Hezbollah, mas era falsa e ativou os explosivos.
Testemunhas contaram à agência Reuters que muitos feridos apresentavam lesões na cabeça, mãos e cintura. O alerta do pager antes da explosão pode ter levado os usuários a se aproximarem ou manusearem os dispositivos.
O The New York Times também informou que o Hezbollah encomendou mais de 3 mil pagers da Gold Apollo, que foram distribuídos para seus membros no Líbano, além de aliados no Irã e na Síria.
O Ataque
A onda de explosões se estendeu por cerca de uma hora, resultando na morte de uma menina e de dois integrantes do Hezbollah, de acordo com o grupo xiita.
Imagens de câmeras de segurança de um supermercado em Beirute capturaram o momento de duas dessas explosões: uma ocorreu enquanto um homem pagava suas compras no caixa e outra próxima a uma bancada de frutas.
O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, foi um dos feridos, embora tenha sofrido apenas ferimentos leves, segundo a embaixada.
A Cruz Vermelha Libanesa informou que mais de 50 ambulâncias e 300 equipes médicas de emergência foram mobilizadas para socorrer as vítimas.
Após os incidentes, o governo libanês solicitou que todos os cidadãos que possuíam pagers se desfizessem imediatamente dos dispositivos, conforme noticiado pela agência estatal do Irã, Irna.
Um representante do Hezbollah, que conversou com a agência Reuters sob condição de anonimato, descreveu a detonação dos pagers como a "maior falha de segurança" que o grupo enfrentou desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023.
Os pagers, que surgiram como um meio de comunicação móvel nas décadas de 1950 e 1960, ganharam popularidade nas décadas de 1980 e 1990, antes do advento dos celulares.
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